Disse-lhe
Tomé: “Senhor, não sabemos para onde vais; como então podemos saber o caminho? João 14:5
Existem quatros sentidos para a palavra “caminho”:
Estrada à passagem, comunicação,
via; vereda, atalho, acesso, trilha;
Rota à itinerário, roteiro,
destino, trajeto, direção, viagem, rumo, trajetória, distância, percurso,
sentido, carreira, curso;
Maneira à segredo, jeito, modo,
meio, forma;
Escolha à orientação, tendência,
senda, opção, alternativa.
Quando Jesus respondeu a Tomé: “Eu sou o
caminho, a verdade e a vida.” (João
14:6)
estava
contemplando todos os sentidos da palavra “caminho”:
estrada, rota, maneira e escolha.
Assim como nos dias de hoje os sentidos dessa
palavra são a anseio desesperado de nossa alma, que acredita que quando
encontrar “o caminho”, ou seja, uma
rota e uma maneira de escolher a estrada adequada para a vida, então ela terá
encontrado o segredo da felicidade!
“Qual o
propósito de estarmos aqui?” “Qual a estrada a seguir?” “Qual a melhor escolha?”,
“Qual a essência da vida?” são entre outras as muitas questões que
embocam em uma única questão, pleito este que recebe até a atenção da ciência
assim como das diversas filosofias: “Qual
o sentido da vida?”
Engana-se a pessoa, seja homem, mulher ou jovem,
que diz não se preocupar com tais demandas. Elas estão intrínsecas em nosso
fôlego de vida. Por conseqüência são elas que nos conduzem de volta ao Pai!
No entanto, alguns, na vã tentativa de anular essa
realidade espiritual e até mesmo a dependência de Deus, buscam redirecionar essas
dúvidas que gritam dentre de cada um com a busca pela “riqueza material,
sucesso profissional, beleza física ideal”. Havendo ainda aqueles que sufocam o
gemido interior com vários tipos de vícios, com drogas lícitas e ilícitas,
excesso de trabalho, entre outros.
Se observarmos de um foco específico os
evangelhos, poderemos notar que é isso que acontece com cada um que encontra
com Jesus. Veremos que entre eles houve aqueles que verdadeiramente O encontrou
como “o caminho” em suas vidas. Mas
também existiram aqueles que saíram decepcionados e confusos, pois queriam
encaixar Jesus nas expectativas tolas descritas acima.
Disse-lhe
Tomé: “Senhor, não sabemos para onde vais; como então podemos saber o caminho? João 14:5
É comum,
mesmo a nós que buscamos a Deus com sinceridade, sentir a insegurança
demonstrada por Tomé. No entanto precisamos estar atentos à resposta de Jesus:
Mesmo vós
sabeis para onde vou, e conheceis o
caminho. João 14:4
Isto é, se O buscamos, estamos
aprendendo o “verdadeiro e único caminho”,
o próprio Jesus! “Eu sou o
caminho, a verdade e a vida.” (João
14:6)
Devemos estar atentos para que a
dúvida, lançada em nossos corações pelos muitos ventos de doutrinas (Efésios
4:14), não nos conduza ao mesmo erro de Tomé, que estando frente a
frente com Jesus, autor e consumador da fé, pediu: “Senhor,
mostra-nos o Pai, o que nos basta.” João
14:8
Vamos ver outro personagem que
buscava Deus, mas por querer interpretá-lO à sua própria maneira não O pode alcançar:
E, pondo-se a caminho,
correu para ele um homem, o qual se ajoelhou diante dele, e lhe perguntou: Bom
Mestre, que farei para herdar a vida eterna?
E Jesus lhe disse: Por que
me chamas bom? Ninguém há bom senão um, que é Deus. Tu sabes os mandamentos:
não adulterarás; não matarás; não furtarás; não dirás falso testemunho; não
defraudarás alguém; honra a teu pai e a tua mãe.
Ele, porém, respondendo,
lhe disse: Mestre, tudo isso guardei desde a minha mocidade.
E Jesus olhando para ele,
o amou e lhe disse: Falta-lhe uma coisa: vai, vende tudo quanto tens, e dá-o
aos pobres, e terás um tesouro no céu; e bem, toma a cruz, e segue-me.
Mas ele, pesaroso desta
palavra, retirou-se triste; porque possuía muitas propriedades. Marcos 10:17-22
Esse homem cria que “o caminho”, o anseio de sua alma, seria
encontrado através da religiosidade. Mas Jesus deixou claro, que deveria haver
um desapego não só dos bens materiais, mas de tudo em que ele havia acreditado
até aquele momento, pois os judeus acreditavam que a riqueza era um sinal de
aprovação divina*.
Para encontrar “o caminho para a vida eterna”, aquele
homem deveria: dar o que tinha de material aos pobres, pegar a sua cruz
(reconhecer sua incapacidade pessoal) e seguir “o caminho”, Jesus!
No capitulo 18 de Lucas vemos a
história de outro homem que pode nos ensinar como encontrar “o caminho verdadeiro”.
A partir do versículo 35,
conhecemos um cego que estava “a beira do
caminho”. No entanto quando este homem soube que Jesus estava passando por
ali (vs.
36, 37), não titubeou, gritou por Ele com convicção, ainda que a
multidão o mandasse parar.
Vamos dar uma atenção especial ao
versículo 43:
E logo
viu, e segui-O, glorificando a Deus. Lucas
18:43
Diferente
do homem rico, este “ex-cego”, que estava “a
beira” do caminho, soube que não haveria nenhuma opção que se comparasse ou
que fosse melhor a essa oportunidade de seguir o “único e verdadeiro caminho”, Jesus!
Não foram
apenas os seus olhos físicos que foram abertos, mas todos os seus sentidos,
assim como a sua alma, confiavam naquilo que estava explicito a sua frente. Ele
havia encontrado “o propósito de estarmos
aqui, a estrada a seguir, a melhor escolha, a essência da vida, o sentido da
vida”!
Antes de encerrar,
precisamos observar mais dois personagens na Bíblia que tem muito a nos
ensinar: “Os dois discípulos do
‘caminho’ de Emaús. Lucas 24:13-32”.
O
que mais chama a atenção na situação em que estes dois homens vivenciaram, foi
que eles estavam caminhando “ao lado” de Jesus, mas não O reconheceram! Notem
também que estes dois discípulos estavam nesse “caminho” exatamente por estarem “perdidos”.
Estavam
confusos, pois por um período de tempo eles haviam caminhado ao lado daquele
que eles acreditavam que era “O Messias” tão aguardado. No entanto o desfecho
do que acontecera com Jesus não era “o esperado” por eles. Por isso eles haviam
perdido a convicção de terem encontrado “o
propósito de estarmos aqui, a estrada a seguir, a melhor escolha, a essência da
vida, o sentido da vida”.
O que é
relevante é o fato que eles estavam confusos simplesmente por tentarem
interpretar Jesus à maneira que foram ensinados pelo “sistema” em que viviam.
Quantos
de nós não estamos exatamente como eles?
Até
freqüentamos uma “igreja”, e acreditamos na Bíblia (ao menos até a parte em que
a compreendemos). Mas ainda sentimos incertezas quanto ao “caminho”. Parece que não encontramos “o propósito de estarmos aqui, a estrada a seguir, a melhor escolha, a
essência da vida, o sentido da vida”.
Precisamos
que “os nossos olhos sejam abertos
para O reconhecermos”! Lucas 24:31
No
entanto, podemos nos alegrar em um fato!
A partir
do momento que estamos aqui O buscando, examinando as Escrituras e clamando por
Sua presença, Ele está no caminho conosco:
Não vos
deixarei órfãos; voltarei para vós. João
14:18
Jesus não
só está no caminho conosco, Ele é “o caminho”!
E
louvado seja Deus por Seu amor e longanimidade para com cada um de nós!
Pois
ainda que estejamos como os dois discípulos que estavam no caminho de Emaús,
confusos e ignorando a presença Dele, Jesus jamais nos desamparará! Ele virá e
caminhará ao nosso lado, nos orientando até que as escamas caiam de nossos
olhos e O possamos reconhecer!
Agora
podemos ter a certeza que encontramos “o
propósito de estarmos aqui, a estrada a seguir, a melhor escolha, a essência da
vida, o sentido da vida”. Encontramos O CAMINHO, encontramos JESUS!
Esforçai-vos,
e animai-vos; não temais, nem vos espanteis diante deles; porque o Senhor teu
Deus é o que vai contigo; não te deixará nem te desamparará. Deuteronômio 31:6
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