domingo, 15 de outubro de 2017

ÁGUAS PROFUNDAS





E saiu aquele homem para o oriente, tendo na mão um cordel de medir; e mediu mil côvados, e me fez passar pelas águas, águas que me davam pelos artelhos.
E mediu mais mil côvados, e me fez passar pelas águas, águas que davam pelos joelhos; e outra vez mediu mil, e me fez passar pelas águas que me davam pelos lombos.
E mediu mais mil, e era um rio, que eu não podia atravessar, porque as águas eram profundas, águas que se deviam passar a nado, rio pelo qual não se podia passar. Ezequiel 47:3-5

Não sou uma pessoa esportista, e também não tive uma infância muito próxima à natureza. Por isso desde já peço que me perdoem se não conseguir expressar claramente aquilo que tenho sentido no coração sobre essa Palavra que veio ao meu encontro assim que despertei.

Rio de águas vivas!

O rio que está a nossa a nossa frente, como um convite, para que possamos nos refrescar, matar a nossa sede, nos limpar e nos conduzir a experiências indescritíveis na presença do PAI!

Uma “vida espiritual” disponível a todo aquele que crê: João 7:38.
       
Lembro-me de quando criança, fui levada pelos meus pais a um clube com piscinas, ali fui conduzida à piscina infantil, onde a água não passava da minha cintura, 30 a 50 cm provavelmente, e como eu na minha inocência ansiava por ter acesso à piscina dos adultos, pois queria mergulhar e dar braçadas livres, como vira na TV; devia ser simples, pensava eu, apenas entrar, soltar o corpo e se deixar envolver enquanto me conduzia para onde quisesse, me mantendo a salvo de acidentes que uma criança jamais imagina existir!
       
Todos podem imaginar o susto e a frustração que senti quando numa tentativa assistida por meu pai, percebi que não sabia nadar, e que não era tão simples quanto imaginara. Ainda assim, observava os adultos com “aparente controle”, e ansiava em aprender. Foi quando minha mãe começou explicar-me das reais situações escondidas em uma grande quantidade de águas. Ela me contara de como experientes nadadores eram enredados e levados por águas profundas, correntezas fortes, ondas traiçoeiras e por fraquezas do corpo humano, como a câimbra.

Enfim, desiludida, procurei me manter longe do perigo enquanto minha alma ansiava experimentar emoções criadas pela minha imaginação.

Lendo a Palavra percebi que existe algo que nos foge a compreensão: “O quanto as águas são envolventes!”

Mas também observei o quanto à maioria de nós se limita por medo, “há quem chame de prudência”. Uma vez que se entregar àquilo que não compreendemos nos assusta!

Quando fomos a uma praia, ainda na minha infância, percebia as muitas pessoas que não se aventuravam além dos joelhos. Estes faziam questão de repetir os alertas feitos antes por minha mãe: “a água é traiçoeira, te arrasta para o fundo e você nem percebe!”

Mas que prazer envolve aqueles que se arriscam, e que ainda mantendo um nível de prudência! Avançam um pouco mais, deixando seus corpos flutuarem e serem embalados pela branda agitação das águas!

Depois de ser amedrontada foram poucas vezes que usufrui do prazer que descrevi.

Voltemos à Palavra escrita pelo profeta Ezequiel.

Naquela aventura ele não precisava temer, pois estava acompanhado por um anjo que o conduzia. E assim descrevia que enquanto avançavam, partes do seu corpo era alcançada pela água, e conseqüentemente podia sentir o envolvimento de seus membros por aquelas águas que depois é descrita como águas que curam!

Fazendo um paralelo com minha infância percebi: “Quantos de nós poderíamos ter uma experiência como a do profeta, mas estamos temendo o desconhecido?”

Quando conhecemos o evangelho pela primeira vez, é comum ouvir testemunhos de pessoas com as mais variadas e incríveis experiências na presença de Deus. E como crianças na fé, ansiamos por ter nossas próprias vivências para contar.

Mas algo vai acontecendo no decorrer do tempo, descobrimos que não são só rosas, também existem os espinhos. E que precisamos conviver com os dois.

E não são poucas as vezes que avaliamos perdas e ganhos, para decidir se vale a pena o desafio para alcançar alguns propósitos.  É quando a “prudência espiritual” passa a ser uma maldição!

Já somos salvos, basta não se envolver com o pecado e pronto, entrada garantida no céu!

Mas se quiser experimentar mais de Deus, sentir Suas águas envolver todo o seu ser, “corpo, alma e espírito”, terá que enfrentar a fúria do inimigo e abster-se de momentos pessoais para dedicar-se ao aprendizado do Reino dos Céus.

Isso significa abandonar a segurança do raso, do conhecido, do palpável ao nosso raciocínio, e entrar mais fundo. Lembrando que o Espírito Santo sempre nos acompanhará!

No entanto quantos de nós fazemos exatamente o que Pedro fez?
Em determinado momento de nossa aventura sentimos o vento forte, que parece mais real que o convite feito por Jesus de ir ao Seu encontro andando por sobre as águas e AFUNDAMOS! Mateus 14:24-31

Assim muitos ficam a beira do rio, apenas com os pés na água. E ainda criticam os “aventureiros” que buscam se aprofundar.

Não podemos negar o frescor e a agradável sensação que a partir de apenas nossos pés sentimos. Mas por que ficar apenas com os pés nas águas e deixar de sentir todo o corpo envolvido pelo prazer de uma experiência real com Deus?

Para se manter no controle!

Quando uma pessoa entra em um rio ela não terá controle completo de onde irá o seu corpo. Ela pode até dar braçadas, mas dependendo da força da correnteza ela mal conseguirá manter-se na superfície para respirar.

E no rio de Deus não é diferente. Quando o profeta afirma: “e era um rio, que eu não podia atravessar, porque as águas eram profundas, águas que se deviam passar a nado, rio pelo qual não se podia passar”. Ele queria dizer que não haveria mais controle pessoal. Poderiam passar “a nado”, mas o próprio rio é que o conduziria.

Seria essa a questão que está implícita na mente daqueles que permanecem a margem, apenas com os pés na água? Ainda que se permitam ir até onde as águas toquem o lombo, acreditam ser o suficiente e deixam a maiores experiências com o pretexto de uma “prudência” contra aquilo que não podem entender ou controlar com certeza?

Pois assim é experimentar Deus e Seu Reino! Por mais que alguém descreva o que está sentindo, jamais saberemos se nós mesmos não buscarmos a nossa própria experiência!

E para os mais prudentes sinto a necessidade de esclarecer: infelizmente buscamos no reino físico comparações para os mistérios de Deus. E talvez por isso a ilustração de entrar no rio de Deus nos amedronte tanto. Mas lembre-se que Ezequiel não estava só, um anjo o conduzia!

Nessa seqüência precisamos nos lembrar que as experiências que nos aguardam no rio de Deus sempre serão acompanhadas por Ele mesmo.

Abraão, Moisés, José, Daniel, Jonatas, Paulo e muitos outros homens de Deus são descritos na Sua Palavra como pessoas que em determinado momento se deixaram conduzir, ainda que não houvesse uma visão clara de qual seria o destino final.

Assim devemos nós também, entrar nesse Rio, crendo na direção do Espírito Santo de Deus a nos conduzir para nos lavar das impurezas (Efésios 5:26), saciar nossa sede (João 4:14), refrescar nossa alma (Salmos 42:2) e nos envolver por inteiro (Atos 4:31)!

                

sexta-feira, 13 de outubro de 2017

LIBERDADE EM CRISTO



Alguns falsos irmãos infiltram-se em nosso meio para espionar a liberdade que temos em Cristo Jesus e nos reduzir à escravidão. Gálatas 2:4

O que ocupa a sua mente hoje?

Pensar, repensar, buscar uma posição, exige uma energia de nossa mente. Essa energia existe para ser usada, mas em que você a tem usado?

        Estaria a usando para: “procurar pelo em ovo” ou “chifre em cavalo”?

Ou em buscar conhecer mais e mais a Deus?

Conheçamos o Senhor; e esforcemo-nos por conhecê-lo. Oséias 6:3ª

Estamos vivendo em um momento extremamente complicado, onde o adversário de nossas almas não mede esforços para nos afastar de Deus, para assim ter acesso a nossa mente, contaminá-la e sutilmente nos destruir.

No passado era usado o medo: de ser lançado em covas com leões famintos ou em fornalhas de fogo ardente, também de passar ao fio da espada ou morrer aos poucos sofrendo uma terrível tortura como a crucificação.

Mas como tudo a nossa volta sofreu modificações e de certa forma evoluiu, o “destruidor” também modificou suas técnicas, e por isso  hoje a principal delas é “encher as nossas mentes com preocupações diversas” (algumas até aparentemente espirituais), mas que nos afastam sutilmente da “fonte de águas vivas”! (Apocalipse 21:6)

Ocupar a nossas mentes em conhecer mais a Deus e Seus planos, nos faz alcançar uma leveza necessária, não para negar a existência dos problemas, mas para observá-los de outro ângulo, e ao lado daquele que pode nos fazer superar o que for necessário, conviver com o que nos aprimora e reconhecer  os enganos colocados como armadilhas.

E Eliseu orou: “Senhor, abre os olhos dele para que veja”. Então o Senhor abriu os olhos do rapaz, que olhou e viu as colinas cheias de cavalos e carros de fogo ao redor de Eliseu. II Reis 6:17

Mas prepare-se!

Pois quando buscar viver a dimensão espiritual aqui na terra, não faltarão aqueles que te acusem de “alienados”.

Ser diferente tem um preço que poucos se dispõem a pagar.

Mas para os que insistirem existe uma recompensa INIGUALÁVEL!

Bendito seja Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo! Conforme a sua grande misericórdia, ele nos regenerou para uma esperança viva, por meio da ressurreição de Jesus Cristo dentre os mortos. I Pedro 1:3

quarta-feira, 11 de outubro de 2017

A ROCHA



Não há santo como o Senhor; não há outro fora de ti; não há rocha como o nosso Deus. I Samuel 2:2

Nos dias atuais somos assolados por tempestades diversas, na saúde, em relacionamentos, no financeiro, no espiritual...

Nesses momentos ansiamos por uma segurança, alguma certeza. Inconscientemente buscamos nas pessoas que nos rodeiam, no conjugue, em filhos, em pais, empregos e até em amigos. E inevitavelmente nos frustramos, pois eles também procuram a segurança que queríamos que nos fornecessem.

Nesse momento nossa alma geme silenciosamente enquanto se desespera imaginando que não há solução!

É nesse instante que o Espírito Santo de Deus fala suavemente em nosso coração: “Jesus é a rocha, a rocha na qual podemos alicerçar toda e qualquer estrutura de nossa vida.” Lucas 6:48

Assim podemos descansar, lembrando que as tempestades virão, mas não poderão destruir!
Pois estamos firmados na ROCHA!


domingo, 8 de outubro de 2017

ACREDITAR


Davi, porém, disse ao filisteu: Tu vens a mim com espada, e com lança, e com escudo; porém eu venho a ti em nome do Senhor dos Exércitos, o Deus dos exércitos de Israel, a quem tens afrontado. I Samuel 17:45

Não estamos aqui ao ocaso. Cada detalhe de nossa vida, mesmo o mais insignificante ao nosso entendimento, está patente aos olhos do nosso Criador.

Ele sabe o numero dos fios de cabelos de nossa cabeça! Nada escapa de Sua atenção!

O que devemos fazer diante desse fato?

Confiar!

Mas para confiar, devemos “acreditar”. E esse “acreditar” não é uma mera palavra, é uma ação, que só existe enquanto estiver em “movimento”.

Alguns “acreditam” de manhã, mas ao sol escaldante do meio dia já não têm a mesma certeza.

Como somos tolos e arrogantes. Pretendendo entender com nossa limitação o infinito de Deus contido em cada partícula de areia!

Ainda não conhecemos o suficiente os dedos de nossa mão, mas queremos observar, interpretar e nos intrometer naquilo que está a nossa volta.

A única posição adequada hoje é a de Maria, irmã de Lazaro e Marta: “Aos pés do Senhor!”

Para que Ele nos ensine o que pensar, como interpretar e agir na Sua COMPLETA direção!

Só assim estaremos aptos para sairmos na lida diária e derrubar os gigantes com apenas uma pedrinha.

Por que você quer destruir o gigante?
Ele te incomoda? Te ofende? Você quer ser lembrado como alguém que “derrubou o gigante”?

Ou esse gigante precisa ser abatido porque está afrontando o exército do Deus Vivo?!



domingo, 1 de outubro de 2017

SEPARADOS





O qual se deu a si mesmo por nossos pecados, para nos livrar do presente século mau, segundo a vontade de Deus nosso Pai. Gálatas 1:4

Hoje quero dirigir a palavra especificamente àqueles que dizem não conseguir “agir como deveriam”. E por vezes ainda se pautam na Palavra para justificar suas falhas, como no que está escrito em Romanos 7:19, assim como esquadrinham as falhas dos heróis da fé para afirmar: “sou humano, sou falho, Deus sabe!”

Sim Deus sabe! E exatamente por isso enviou Seu Filho para nos salvar.

No entanto acredito que jamais foi a “única” intenção do nosso Senhor, que apenas fossemos justificados e “conformados” da nossa situação de pecadores.

“Nos livrar do presente século mau” – Contem muito mais! Essa palavra nos remete a João 14:16 a 21:

E eu rogarei ao Pai, e ele vos dará outro Consolador, para que fique convosco para sempre; O Espírito de verdade, que o mundo não pode receber, porque não o vê nem o conhece, mas vos o conheceis, porque habita convosco, e estará em vós.
Não vos deixarei órfãos; voltarei para vós.
Ainda um pouco, e o mundo não me verá mais, mas vós me vereis; porque eu vivo, e vós vivereis.
Naquele dia conhecerei que estou em meu Pai, e vós em mim, e eu em vós.
Aquele que tem os meus mandamentos e os guarda esse é o que me ama; e aquele que me ama será amado de meu Pai, e eu o amarei, e me manifestarei a ele.

Enquanto no Antigo Testamento víamos nuances do que poderia ser “um homem de Deus”, ou seja, como PAPAI queria encontrar, preencher, completar e viver na pessoa que se dispusesse para ser exclusivamente Dele, o Novo Testamento nos trouxe “Jesus”, o unigênito do Pai, não para humilhar e expor as fraquezas e falhas dos demais filhos, mas para mostrar “O Caminho” da restauração completa. Demarcando claramente o caminho, já que Ele mesmo é “O Caminho”, Jesus veio para suprir qualquer necessidade para uma jornada bem sucedida e triunfante pelos demais filhos.

Então porque o que vemos a nossa volta e o que somos é cristãos enfermos espiritualmente. Cristãos que não alcança a dimensão espiritual contida em “Teu Reino aqui na terra”. Deficientes, anêmicos, sussurrando alguns versículos como mantras das quais eles mesmos não confiam?

Veja, quando o apóstolo Paulo admitiu sua incapacidade em Romanos 7:19, ele não estava a abraçando como imutável. Prosseguindo até o versículo 25 o vemos glorificando ao Pai por Jesus Cristo, que o faz superar a carne e viver, não com a força do seu entendimento carnal, mas com a graça do Espírito Santo:

Portanto, agora nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus, que não andam segundo a carne, mas segundo o Espírito. Romanos 8:1

Agora aponto uma questão crucial: Se somos “filhos de Deus”, escolhidos e chamados por Jesus e capacitados pelo Espírito Santo (Romanos 8:5) – Por que aceitamos viver uma vida medíocre, carnal e rasa concernente ao espiritual?

Voltando a observar a situação do mundo a nossa volta encontramos uma frase que virou clichê, e que eu ouvia desde minha infância pelos mais velhos: “O mundo está perdido, não tem mais jeito!”

Agora pergunto: “E nós?”

Eu e você vamos fazer parte desse quadro deprimente, nos entregando a destruição iminente enquanto clamamos duvidosos por uma “possível” salvação, que acontecerá por mera misericórdia de nossa “condição inalterável”?

Ou vamos acreditar na afirmação feita por ninguém mais que o próprio Filho de Deus (Gálatas 1:12) que podemos com a Sua ajuda sermos diferentes – “Fazermos a diferença!”

Já estou crucificado com Cristo; e vivo, não mais eu, mas Cristo vive em mim; e a vida que agora vivo na carne, vivo-a pela fé do Filho de Deus, o qual me amou, e se entregou a si mesmo por mim. Gálatas 2:20

E ainda que este post esteja relativamente longo não posso deixar de encerrá-lo como PAPAI me orientou, que é te perguntando:

Qual é a sua escolha?

Porque Deus é o que opera em vós tanto o querer como o efetuar, segundo a sua boa vontade. Para que sejais irrepreensíveis e sinceros, filhos de Deus inculpáveis, no meio de uma geração corrompida e perversa, entre a qual resplandeceis como astros no mundo. Filipenses 2:13 e 15

PAPAI quer operar em vós... Mas vocês querem se deixar operar?!?!?!?!